Estudantes pobres de países ricos aprendem mais do que alunos ricos no Brasil - Cabeça de Criança

Estudantes pobres de países ricos aprendem mais do que alunos ricos no Brasil



Estudantes pobres de países ricos aprendem mais do que alunos ricos no Brasil
Imagem de Megan Soule por Unsplash

Um estudo produzido pela Universidade de Harvard e pelo Centro para o Desenvolvimento Global, nos Estados Unidos, constatou que estudantes pobres de países ricos tendem a ter um desempenho escolar melhor que o de alunos ricos de países pobres.

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Segundo o site 6 Minutos, o estudo foi realizado simulando os resultados possíveis dos estudantes brasileiros nos testes internacionais Trends in International Mathematics and Science Study (TIMSS), que avalia os os conhecimentos em matemáticas e ciência, e Progress in International Reading Literacy Study (PIRLS), que mede os conhecimentos em leitura e literatura. O Brasil não participa destes testes, apenas do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), elaborado pela OCDE, que não é comparável em escala global.

Foi revelado que o fator de maior peso para o seu desempenho escolar é o país onde você mora, com 46% de peso no resultado final. Em seguida, vem a renda familiar, com 32% de peso. Este resultado é impressionante, porque mostra que a renda familiar, ou seja, a capacidade de custeio de um estudo de melhor qualidade, é menos importante do que o sistema educacional do país como um todo.

De acordo com o 6 Minutos, os autores do estudo, Dev Patel e Justin Sandefur, disseram que essa evidência vence a impressão de que alunos ricos têm desempenho melhor, pois indica que alunos com o mesmo nível de renda têm diferentes graus de conhecimento educacional, dependendo do país em que eles moram.

Apesar disso, salientam que em países desiguais, como o Brasil, a renda tem um poder maior que a média sobre o desempenho individual dos alunos. Ainda assim, foi possível concluir que, mesmo os estudantes brasileiros de famílias mais ricas, têm um desempenho educacional inferior a alunos pobres de países como Rússia, Estados Unidos, Alemanha, Japão e Coreia do Sul.

Um exemplo disso é o caso de um aluno da Rússia, com renda anual familiar de US$ 2 mil, que teve um desempenho superior em matemática do que um aluno brasileiro com renda anual familiar de US$ 15 mil. A renda foi padronizada de acordo com o critério do PPC (PIB por Paridade de Compra), para que os resultados sejam comparáveis.

Outro resultado interessante do estudo foi em relação ao gênero dos alunos: meninos têm um desempenho melhor nos testes de matemática, enquanto as meninas se mostram melhores na leitura e literatura.

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